A neuropatia diabética é uma complicação comum, mas muitas vezes subestimada, do diabetes tipo 1 e tipo 2. Ela ocorre devido ao dano prolongado aos nervos causado por níveis elevados de glicose no sangue.
Essa condição pode impactar significativamente a qualidade de vida, causando dor, perda de sensibilidade e aumentando o risco de complicações graves, como úlceras nos pés.
Neste artigo, você encontrará uma explicação completa sobre a neuropatia diabética, incluindo sintomas, fatores de risco, diagnósticos, tratamentos e as melhores estratégias para prevenção.
O que é Neuropatia Diabética?
A neuropatia diabética é um termo médico que se refere ao dano nos nervos periféricos causado pelo diabetes.
Até 26% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam algum grau de neuropatia já no momento do diagnóstico, devido a períodos prolongados de hiperglicemia antes de saberem da doença.
Tipos de Neuropatia Diabética
Existem diferentes tipos de neuropatia diabética, sendo os mais comuns:
- Polineuropatia Simétrica Distal:
- Forma mais prevalente.
- Afeta principalmente os nervos dos pés e das pernas, podendo progredir para as mãos.
- Neuropatia Autonômica:
- Compromete nervos que controlam órgãos internos, como coração, bexiga e sistema digestivo.
- Pode causar sintomas como hipotensão postural, retenção urinária e gastroparesia.
- Neuropatia Focal:
- Acomete um único nervo ou grupo de nervos.
- Pode causar paralisia em áreas específicas, como no rosto (paralisia de Bell).
- Radiculoplexopatia Lombossacral:
- Forma rara que afeta nervos da pelve e das coxas, causando dor intensa e fraqueza muscular.
Fatores de Risco para Neuropatia Diabética
Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver neuropatia diabética.
Principais Fatores de Risco:
- Hiperglicemia prolongada: O principal causador do dano nervoso.
- Tempo de diagnóstico do diabetes: Quanto mais tempo com diabetes mal controlado, maior o risco.
- Doença cardiovascular: Doenças como insuficiência coronariana estão associadas ao aumento do risco.
- Triglicerídeos elevados e dislipidemia.
- Tabagismo: Agrava o dano aos vasos sanguíneos que nutrem os nervos.
- Obesidade
- Hipertensão arterial: Afeta a circulação nos pequenos vasos sanguíneos, comprometendo os nervos.
Sintomas da Neuropatia Diabética
Os sintomas da neuropatia diabética variam de acordo com os nervos afetados, podendo ser leves no início e progredir para quadros graves.
Sensoriais:
- Formigamento e sensação de “agulhadas”.
- Dormência nos pés, pernas ou mãos.
- Queimação intensa nos pés, especialmente à noite.
- Sensibilidade extrema ao toque, muitas vezes dolorosa.
Motores:
- Fraqueza muscular, especialmente em membros inferiores.
- Alterações na marcha devido à perda de equilíbrio.
Autonômicos:
- Hipotensão postural: Queda de pressão ao levantar-se.
- Dificuldades digestivas, como náuseas e constipação.
- Problemas urinários, incluindo retenção ou incontinência.
- Disfunção erétil em homens e redução da lubrificação vaginal em mulheres.
Complicações da Neuropatia Diabética
Por que a perda de sensibilidade é perigosa?
A perda da capacidade de sentir dor ou temperatura pode levar a lesões graves que passam despercebidas. Exemplos incluem:
- Úlceras nos pés: Podem evoluir para infecções graves.
- Fraturas ou luxações não detectadas.
- Necessidade de amputações: Em casos extremos, lesões não tratadas podem resultar em gangrena.
Diagnóstico da Neuropatia Diabética
O diagnóstico é baseado na avaliação clínica e em testes específicos.
Avaliação Clínica:
- Histórico médico: Identificação de sintomas e fatores de risco.
- Exame físico dos pés: Verifica sensibilidade, reflexos e sinais de lesões.
Testes Comuns:
- Monofilamento de 10 g: Teste simples para avaliar perda de sensibilidade ao toque.
- Teste de vibração com diapasão: Avalia sensibilidade vibratória.
- Avaliação dos reflexos: Como o reflexo do tendão de Aquiles.
Testes Avançados (em casos específicos):
- Estudos de condução nervosa: Avaliam a velocidade de transmissão dos impulsos nervosos.
- Biópsia de nervo: Raramente usada, mas útil em diagnósticos complexos.
Tratamento da Neuropatia Diabética
Embora não haja cura, o manejo adequado pode melhorar os sintomas e prevenir complicações.
Controle da Glicemia
Manter a glicemia dentro da faixa-alvo é essencial para:
- Reduzir a progressão do dano nervoso.
- Aliviar sintomas como dor e queimação.
Intervenções no Estilo de Vida
- Dieta: a mudança da alimentação é um dos principais pilares do tratamento do diabetes. É sabido que uma dieta com menos carboidrato (Low Carb) melhora o controle glicêmico e diminui o uso de medicamentos.
- Atividade física regular: Caminhadas e exercícios de fortalecimento muscular são recomendados. Entretanto, dependendo do tipo e grau da neuropatia, alguns exercícios podem ser contraindicados.
Cuidados com os Pés
- Inspecione os pés diariamente.
- Use sapatos confortáveis e meias sem costura.
- Consulte um podólogo regularmente.
Controle da Dor
Medicamentos indicados:
- Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina).
- Anticonvulsivantes (gabapentina e pregabalina).
- Duloxetina: Um antidepressivo eficaz para dor neuropática.
- Ácido alfa-lipóico: Um suplemento antioxidante.
Prevenção da Neuropatia Diabética
Estratégias Preventivas:
- Controle glicêmico rigoroso: Monitore regularmente os níveis de glicose no sangue.
- Abandono do tabagismo: O tabaco piora a circulação e o dano nervoso.
- Check-ups regulares: Permitem identificar complicações precocemente.
Conclusão
A neuropatia diabética é uma condição complexa, mas pode ser controlada com estratégias preventivas, cuidados com os pés e tratamentos adequados.
O diagnóstico precoce e a adesão a um estilo de vida saudável são fundamentais para reduzir os impactos dessa complicação.
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Dr. Rodrigo Bomeny
Médico | Endocrinologista
Especialista em Obesidade | Diabetes | Terapia de Reposição Hormonal
CRM 129869 | RQE 60562
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