Os nódulos da tireoide são lesões arrendondas que surgem no tecido da tireoide e podem ser causadas por várias condições, a maioria delas benigna. A apresentação pode ser variável: nódulo único ou múltiplos nódulos espalhados pela glândula – chamado de bócio multinodular. Os nódulos podem ser sólidos ou podem conter líquidos no seu interior (cistos). Eles podem ser identificados pelo próprio paciente, por um médico durante o exame físico de rotina ou durante um procedimento de imagem, tais como ultrassonografia da carótida ou do pescoço e tomografia computadorizada (TC).
Dentre os diversos problemas que podem surgir na tireoide, o aparecimento de nódulos é um dos mais comuns. Estima-se que até 1/3 das mulheres adultas tenham nódulos que possam ser detectados pela ultrassonografia. Sua importância clínica está relacionada essencialmente com a necessidade de excluir malignidade (câncer), que corresponde a aproximadamente 5% de todos os nódulos da tireóide.
SINTOMAS
A maioria dos nódulos da tireoide não causa sintomas. Quando o fazem, geralmente os motivos são:
1. nódulos que adquirem funcionamento independente do resto da glândula e podem produzir hormônios tireoidianos em grande quantidade, provocando os sinais e sintomas de hipertireoidismo.
2. Nódulos grandes que podem obstruir estruturas próximas, como a traqueia ou o esôfago. Os sintomas mais comuns dos nódulos grandes são o incômodo para engolir, a falta de ar e a sensação de um caroço na base do pescoço.
DIAGNÓSTICO
Uma vez identificado o nódulo de tireoide, seja pelo exame físico ou por algum exame de imagem, o passo mais importante é determinar se a lesão é um nódulo benigno ou maligno. Os nódulos não palpáveis (incidentalomas) têm o mesmo risco de malignidade que os nódulos palpáveis do mesmo tamanho. Assim, a avaliação inicial em todos os pacientes com nódulo tireoidiano (palpáveis ou identificados incidentalmente em um exame de imagem) é semelhante.
A dosagem dos hormônios tireoidianos é importante para avaliar o funcionamento do nódulo. O ultrassom da tireóide deve ser realizado em todos os pacientes com nódulo tireoidiano. Através dele é possível classificar o nódulo em relação ao tamanho e características e avaliar a anatomia da glândula tireoide e das estruturas adjacentes no pescoço. Existem vários achados ultrassonográficos que aumentam a suspeita de câncer de tireoide, ajudando na seleção dos nódulos que precisam ser submetidos a uma punção.
A Punção Aspirativa com Agulha Fina guiada por ultrassom é a abordagem mais comum para se obter o um pequeno pedaço do nódulo para análise citológica (microscópica). O resultado ajudará a determinar o melhor tratamento.
TRATAMENTO
Os nódulos benignos (nódulos macrofolicular, adenomas colóides, bócio nodular e tireoidite de Hashimoto) são normalmente seguidos sem cirurgia, monitorando o tamanho e característica do nódulo com o ultrassom. Se estiver produzindo hormônios de forma indesejada, a cirurgia para remoção do mesmo pode ser indicada. Outra opção nesse caso é a destruição do nódulo com iodoradioativo.
Os nódulos malignos, que incluem o carcinoma papilífero, câncer medular da tiróide, linfoma da tireóide e câncer anaplásico, geralmente são operados. A necessidade de radioiodoterapia e uso de doses elevadas de hormônio tireoidiano após o procedimento cirúrgico pode ser necessária de acordo com o estadiamento do câncer (tamanho, invasão de vasos e outros tecidos, metástases).
O tratamento deve ser sempre individualizado e discutido com o paciente.
Saiba mais sobre:
Hipotireoidismo – diagnóstico e tratamento
Hipertireoidismo – diagnóstico e tratamento