Doenças Que Podem Ser Prevenidas Com Alimentação Saudável

4 Doenças Que Podem Ser Prevenidas Com Alimentação Saudável

Nós somos o que nós comemos e, por isso, há doenças que podem ser prevenidas com alimentação saudável, do mesmo jeito que podem ser causadas por uma má alimentação.

Por isso, é importante estarmos sempre atentos ao que ingerimos, além de ter um acompanhamento profissional regular para monitorar a saúde.

Conheça, neste artigo, algumas doenças que têm causas relacionadas à alimentação.

Doenças que podem ser prevenidas com alimentação saudável

A alimentação interfere no funcionamento do nosso organismo como um todo, por isso é importante estar atento ao que ingerimos.

Nesta lista, além de encontrar as doenças que podem ser prevenidas com alimentação saudável, você também receberá dicas de hábitos de prevenção. Confira.

1. Diabetes

A diabetes tipo 1 é conhecida como precoce, comumente apresentada na infância, quando o pâncreas para de produzir insulina. Nesse caso, a doença está relacionada a questões autoimunes.

O tipo 2, por sua vez, embora também exista uma predisposição genética, está relacionado a hábitos alimentares inadequados , comumente surgindo na fase adulta.

Existem muitos estudos na literatura médica que mostram uma forte associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e outras condições crônicas de saúde, como obesidade, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

Os alimentos ultraprocessados são caracterizados por serem produtos industrializados que contêm muitos aditivos alimentares, como conservantes, corantes, edulcorantes e outros ingredientes artificiais, além de serem ricos em açúcar, sal e gordura. Esses alimentos geralmente têm poucos nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e fibras, são pobres em proteína, o que os torna menos saciantes e levam a um maior consumo calórico.

Uma revisão sistemática de estudos prospectivos observacionais, mostrou que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2. Além disso, outros estudos têm demonstrado que a redução do consumo de alimentos ultraprocessados pode ajudar na prevenção e no tratamento dessas condições de saúde.

Resistência à Insulina, Obesidade e Diabetes

O excesso de peso é definido como um acúmulo de tecido adiposo no corpo, que pode resultar em um índice de massa corporal (IMC) elevado. O IMC é uma medida que relaciona o peso e a altura de uma pessoa, e é utilizado como um indicador geral do estado nutricional. Tem uma relevância mais populacional do que individual.

O limiar pessoal de gordura corporal é a quantidade de gordura que cada indivíduo pode acumular no tecido subcutâneo antes que o excesso de gordura comece a se acumular em outros tecidos, como o fígado, o pâncreas e os músculos. Quando esse limiar é ultrapassado, ocorre um aumento da resistência à insulina.

A resistência à insulina é uma condição em que as células do corpo têm dificuldade em responder aos efeitos da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas que, dentre outras ações, ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue. A resistência à insulina pode acarretar um aumento nos níveis de açúcar no sangue, o que pode eventualmente levar ao desenvolvimento do diabetes tipo 2.

O excesso de peso e a obesidade são fatores de risco importantes para o desenvolvimento da resistência à insulina e do diabetes tipo 2. Isso ocorre também porque a gordura acumulada no tecido adiposo libera ácidos graxos e outras substâncias que interferem na ação da insulina. Além disso, a obesidade também está associada a um estado de inflamação crônica de baixo grau, que pode contribuir para o desenvolvimento de resistência à insulina e diabetes tipo 2.

2. Osteoporose

A osteoporose é um enfraquecimento dos ossos, que costuma agravar com a idade e aumentar o risco de fraturas, especialmente em ossos maiores e de difícil cicatrização.

Os ossos são estruturas fundamentais do nosso corpo, e sua saúde é importante para a nossa qualidade de vida. Sabemos que os ossos são compostos por minerais como o cálcio, mas as proteínas também desempenham um papel crucial na sua construção e manutenção.

As proteínas são essenciais para a força e flexibilidade do osso, além de serem componentes fundamentais dos músculos. Estudos mostram que a deficiência de proteína na dieta pode levar a uma deterioração acentuada da massa óssea, microarquitetura e força – características da osteoporose. Por outro lado, uma ingestão adequada de proteína está associada ao aumento da massa mineral óssea e à redução da incidência de fraturas osteoporóticas.

Um estudo recente mostrou que a ingestão de proteína na dieta abaixo de 0,8g/kg pode levar a uma redução na absorção de cálcio no intestino, aumento o risco de osteoporose.

De acordo com pesquisas recentes, uma dieta rica em proteínas pode aumentar a absorção intestinal de cálcio e, consequentemente, levar a uma excreção levemente aumentada de cálcio na urina. Os resultados indicam que a absorção de cálcio e a excreção renal aumentam, mas não afetam os marcadores de reabsorção ou de formação óssea.

Além disso, a proteína também é importante para a construção dos músculos. Os músculos são compostos de dois principais tipos de proteínas: actina e miosina. Quando ingerimos proteínas, nosso sistema digestivo as decompõem em aminoácidos, usados pelo corpo para produzir mais actina e miosina, essenciais para a contração muscular.

Os músculos são essenciais para a mobilidade e prevenção de quedas, e também nos permitem realizar atividades diárias e praticar exercícios. E, como o coração é um músculo, o consumo de proteínas é fundamental para a saúde cardíaca.

Portanto, é importante garantir que sua dieta contenha uma quantidade adequada de proteína para manter a saúde óssea e muscular. As fontes de proteína incluem carnes de todos os tipos (boi, porco, peixe, aves), ovos, feijão, lentilha, ervilha, nozes e sementes. Certifique-se de incluir uma variedade de fontes de proteína em sua dieta para garantir que você esteja recebendo todos os aminoácidos necessários para a construção e reparação de ossos e músculos saudáveis.

3. Anemia

Dentre os tipos de anemia, o mais comum é a ferropriva, causada pela deficiência de ferro, mineral essencial na produção de hemácias. Essa doença se manifesta com sintomas como fadiga, tontura e falta de apetite. Para combatê-la, alimentos ricos em ferro devem ser parte integral da alimentação.

A anemia por deficiência de ferro é uma condição que ocorre quando o corpo não tem ferro suficiente para produzir hemoglobina, responsável por transportar oxigênio por todo o corpo. A deficiência de ferro é a deficiência nutricional mais comum e é a principal causa de anemia.

Existem várias razões pelas quais alguém pode não estar recebendo ferro suficiente em sua dieta. Uma razão comum é consumir uma dieta pobre em alimentos ricos em ferro. Carnes (principalmente), feijão e alimentos fortificados com ferro adicional são excelentes fontes de ferro. Se você não consome o suficiente desses alimentos, pode não estar consumindo ferro suficiente.

Vegetarianos e veganos que não substituem a carne por outros alimentos ricos em ferro correm maior risco de desenvolver anemia por deficiência de ferro. Pessoas com transtornos alimentares também podem estar em risco, pois podem não consumir alimentos ricos em ferro o suficiente.

Pessoas em dieta para perda de peso, que levam em consideração a relação Proteína | Energia, podem apresentar deficiência de ferro por priorizarem alimentos de baixa densidade nutricional. Além disso, pessoas que consomem quantidades excessivas diárias de cafeína ou tomam regularmente antiácidos podem não absorver ferro suficiente de sua dieta.

Dependendo da idade, é importante investigar causas de sangramento. Em mulheres jovens, a causa mais comum é o aumento do fluxo menstrual. Em idosos, é preciso sempre investigar sangramentos intestinais.

4. Doenças cardiovasculares

Um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology afirma que a ingestão de alimentos integrais ricos em gorduras saturadas não aumenta o risco de doenças cardiovasculares nem a morte precoce. Isso contradiz as diretrizes dietéticas do USDA, que recomendam limitar as gorduras saturadas a não mais de 10% das calorias diárias.

O estudo foi uma revisão de décadas de pesquisas sobre gorduras saturadas e saúde. Os cientistas afirmam que é hora de aumentar o limite de gorduras saturadas também. Eles concluíram que a redução de alimentos ricos em ácidos graxos saturados não reduz o risco de doença cardiovascular ou morte por qualquer causa.

O estudo alerta que considerar apenas o conteúdo de gordura saturada pode levar a evitar alimentos muito saudáveis, como laticínios integrais e alimentos fermentados, que são geralmente mais saudáveis que alimentos altamente processados.

Um estudo anterior, publicado em 2014 no Annals of Internal Medicine, também questionou as diretrizes dietéticas que incentivam o alto consumo de ácidos graxos poli-insaturados e o baixo consumo de gorduras saturadas totais. Essas evidências indicam que a abordagem simplista de limitar a ingestão de gordura saturada não é suficiente para garantir uma dieta saudável e que alimentos integrais tradicionais devem ser incorporados na dieta.

O papel da Resistência à Insulina

A resistência à insulina pode levar à inflamação crônica, e a inflamação crônica, por sua vez, pode agravar a resistência à insulina, criando um ciclo vicioso. A inflamação crônica pode facilitar o acúmulo de placas nas artérias, conhecido como aterosclerose, que é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares, incluindo ataques cardíacos e derrames.

Além disso, a resistência à insulina também pode levar a alterações no metabolismo lipídico, incluindo um aumento nos níveis de triglicerídeos e uma diminuição no colesterol HDL (conhecido como “colesterol bom”). Essas alterações lipídicas também estão associadas a um risco aumentado de doenças cardiovasculares.

A resistência à insulina e a inflamação crônica estão intimamente ligadas e ambas estão associadas a um risco aumentado de doenças cardiovasculares. É importante tratar e controlar a resistência à insulina e a inflamação crônica para reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

Como dito previamente, a resistência à insulina surge com o excesso de peso, quando atingimos o nosso limiar pessoal de gordura corporal e passamos a acumular gordura visceral. A boa notícia é que é possível reverter a resistência à insulina com a perda de peso. Adotando um estilo de vida saudável, com uma dieta com boa relação Proteína | Energia, o emagrecimento ocorre de maneira natural, com a diminuição da fome e o aumento da saciedade.

Chegar lá pode parecer difícil, mas conhecendo estes 10 passos para uma alimentação saudável é possível ter um norte de por onde começar. Confira!

 

Referências

Saturated Fats and Health: A Reassessment and Proposal for Food-Based Recommendations: JACC State-of-the-Art Review OPEN ACCESS JACC State-Of-The-Art Review

Association of Dietary, Circulating, and Supplement Fatty Acids With Coronary Risk A Systematic Review and Meta-analysis Rajiv Chowdhury, MD, PhD

Association between insulin resistance and the development of cardiovascular disease Valeska Ormazabal


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