Pessoa com depressão e obesidade.

Como perder peso com depressão?

Como perder peso com depressão?

Obesidade e Depressão

A obesidade tem sido associada a um risco aumentado de desenvolvimento de depressão. De fato, estudos mostram que pessoas obesas têm um risco 55% maior de desenvolver depressão em comparação com pessoas com peso normal.

Existem várias hipóteses que podem explicar a relação entre obesidade e depressão. Uma possibilidade é que a obesidade possa causar alterações nos níveis de hormônios e neurotransmissores, como a serotonina, que podem afetar o humor e contribuir para o desenvolvimento da depressão.

Além disso, a obesidade pode levar a problemas de saúde crônicos, como doenças cardiovasculares e diabetes, que podem aumentar o risco de depressão. A obesidade também pode ter um impacto negativo na autoestima e na imagem corporal, o que pode levar a sentimentos de tristeza e isolamento social.

Por outro lado, a depressão também pode levar ao ganho de peso e à obesidade. Pessoas com depressão podem ter alterações no apetite e na regulação do peso, levando a um aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, que sabidamente geram mais prazer e conforto, e que são ricos em calorias, além da diminuição da atividade física. A falta de interesse em atividades e no autocuidado também pode levar a menos atividade física e ganho de peso.

Eu ganhei 16 kg na depressão

Durante os 2 anos de tratamento da depressão, com internações e medicamentos, eu engordei 16 kg. Em outubro de 2022 atingi o meu maior peso. 100 kg. A lanchonete fica ao lado da enfermaria. Comia inúmeras broinhas de milho. Ficava o dia inteiro na cama.
Aos poucos, com a melhora gradativa do quadro depressivo, consegui implementar gradualmente algumas mudanças na alimentação, sempre priorizando a relação Proteína | Energia.

Costumo dizer que vira um ciclo vicioso do bem. A melhora da depressão possibilitou a melhora da alimentação. Mas a melhora da dieta, com a perda de peso, melhora da inflamação e função mitocondrial, também ajudaram na melhora da depressão.
Atualmente, sigo a dieta cetogênica como forma de tratamento da depressão.

Depressão e Obesidade: A Disfunção Mitocondrial

A disfunção mitocondrial é um problema que pode afetar muitas áreas do corpo, incluindo o cérebro, e está se tornando cada vez mais reconhecida como uma possível causa da depressão.

O que é disfunção mitocondrial?

As mitocôndrias são organelas que produzem a maior parte da energia celular, através do processo de respiração celular. Elas são encontradas em todas as células do corpo, incluindo as células do cérebro. A disfunção mitocondrial ocorre quando as mitocôndrias não conseguem produzir energia suficiente para as necessidades do corpo ou quando elas produzem energia de maneira ineficiente. Isso pode levar a uma série de consequências negativas para a saúde, incluindo a depressão.

Como a disfunção mitocondrial pode causar a depressão?

A disfunção mitocondrial pode afetar a função dos neurônios do cérebro, que requerem grande quantidade de energia para funcionar corretamente. Se as mitocôndrias não produzem energia suficiente, o funcionamento dos neurônios pode ser prejudicado, o que pode levar à depressão. Além disso, a disfunção mitocondrial pode causar um aumento na produção de radicais livres, que são moléculas que danificam as células e causam inflamação. A inflamação crônica também está associada à depressão, o que pode ser outra maneira pela qual a disfunção mitocondrial contribui para a doença.

Obesidade, perda de peso e Disfunção Mitocondrial

A obesidade pode estar relacionada à disfunção mitocondrial. Estudos têm mostrado que as mitocôndrias de células adiposas de pessoas obesas podem funcionar de forma diferente das mitocôndrias de pessoas com peso normal, o que sugere que a disfunção mitocondrial pode ser uma possível consequência da obesidade.

Além disso, a disfunção mitocondrial pode levar a uma redução no número e na eficiência das mitocôndrias, o que pode afetar a capacidade do corpo de metabolizar os nutrientes.

O excesso de gordura no corpo pode causar inflamação crônica, que pode afetar a função mitocondrial. Além disso, a obesidade pode afetar a regulação dos hormônios, que por sua vez pode afetar o funcionamento das mitocôndrias.

É importante destacar que a relação entre obesidade e disfunção mitocondrial é complexa e ainda não está totalmente compreendida.

Quais são as medidas para melhorar a disfunção mitocondrial e a depressão?

Existem algumas medidas que podem ajudar a melhorar a função mitocondrial e, consequentemente, reduzir os sintomas de depressão associados a ela. Algumas dessas medidas incluem:

Exercício físico: O exercício pode melhorar a função mitocondrial, aumentando a produção de novas mitocôndrias e melhorando a eficiência das existentes. Exercícios aeróbicos de intensidade moderada, como caminhar, correr, nadar ou andar de bicicleta, são particularmente eficazes para melhorar a função mitocondrial. Da mesma forma, exercícios resistidos, como musculação, também produzem benefícios no humor. O importante, principalmente no início, quando a pessoa ainda sente muita falta de energia por causa da depressão, é estabelecer pequenos objetivos. O simples fato de levantar da cama, sair de casa, dar uma volta no quarteirão, já é um excelente começo. A sua prática ajuda na perda do peso em pessoas com depressão, mas principalmente na manutenção do peso perdido após.

Dieta: Uma dieta rica em nutrientes e proteínas, com menos alimentos ultraprocessados pode ajudar no tratamento da depressão melhorando a função mitocondrial. Além disso, a diminuição da fome e o aumento da saciedade, facilitam a perda de peso em pessoas com a depressão – mesmo diante da fome emocional torna-se mais fácil controlar a quantidade se você estiver sem fome fisiológica. Algumas pesquisas sugerem que a dieta cetogênica pode ter um efeito positivo no humor e na depressão, possivelmente devido aos efeitos da dieta na função cerebral.

A dieta cetogênica envolve o consumo de uma quantidade muito baixa de carboidratos, o que leva o corpo a entrar em um estado metabólico chamado cetose. A suplementação de MCT (Triglicérides de Cadeia Média), mantendo uma dieta com boa Relação Proteína | Energia, é muito útil nesse sentido. Esse estado pode ter efeitos benéficos no cérebro, incluindo uma redução na inflamação, um aumento na produção de neurotransmissores e uma melhora na função mitocondrial.

Os triglicerídeos de cadeia média (TCMs) são um tipo de gordura saturada encontrada em alimentos como óleo de coco, manteiga e queijo. Podem ser suplementados isoladamente também. Eles têm sido estudados por seu potencial para melhorar a saúde metabólica e possivelmente a saúde mental, incluindo a depressão, através da diminuição da inflamação, estresse oxidativo e melhora da função mitocondrial.

Alguns nutrientes, como coenzima Q10 e L-carnitina, são particularmente importantes para a função mitocondrial. Alimentos ricos em antioxidantes, também podem ajudar a proteger as mitocôndrias dos danos causados pelos radicais livres.

Redução do estresse: O estresse crônico pode afetar a função mitocondrial, por isso é importante adotar técnicas de gerenciamento do estresse, como meditação, ioga e terapia cognitivo-comportamental. O aumento do autocontrole ajuda na perda de peso e no controle da depressão.

Suplementos: Alguns suplementos podem ajudar a melhorar a função mitocondrial, como a coenzima Q10, L-carnitina e antioxidantes como a vitamina C e E. No entanto, é importante conversar com um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação para garantir que ela seja segura e adequada para sua situação específica.

Tratamento da Depressão: Emagrecimento

O emagrecimento pode ter um papel importante na melhora da depressão em pessoas com obesidade. Vários estudos têm mostrado que a perda de peso está associada a uma melhora significativa nos sintomas de depressão em pessoas obesas.

Uma possível explicação para essa relação é que a obesidade pode contribuir para a depressão de várias maneiras, incluindo alterações nos níveis de hormônios e neurotransmissores, além de uma piora da autoestima e autoconfiança por causa da imagem corporal. A perda de peso pode ajudar a reduzir esses fatores de risco para a depressão e melhorar a autoestima e a imagem corporal.

Além disso, a perda de peso pode levar a melhorias na saúde física, o que pode reduzir a inflamação crônica, um fator que pode contribuir para a depressão. A atividade física, que geralmente é um componente da perda de peso, também tem sido associada a uma melhora significativa nos sintomas de depressão.

Um estudo de revisão publicada na revista Obesity Reviews encontrou que a perda de peso está associada a uma melhora significativa na depressão em pessoas com obesidade. Os autores sugerem que a perda de peso deve ser considerada como um componente importante do tratamento para a depressão em pessoas obesas.

No entanto, é importante notar que a relação entre emagrecimento e depressão não é simples e pode variar de pessoa para pessoa. É importante abordar a depressão como uma condição multifatorial e multidisciplinar, com um tratamento que pode incluir mudanças no estilo de vida, terapia e, em alguns casos, medicamentos.

Depressão e Obesidade | Conclusão

A disfunção mitocondrial é um problema que pode afetar muitas áreas do corpo, incluindo o cérebro, e está se tornando cada vez mais reconhecida como uma possível causa da depressão. Em pessoas com obesidade, o emagrecimento com a adoção de um estilo de vida saudável, com exercícios físicos regulares, dieta específica e gerenciamento do estresse, pode ajudar a melhorar a função mitocondrial e reduzir os sintomas de depressão associados a ela.

 

Para aprender como colocar na prática a relação Proteína | Energia e usar estratégias de Mindful Eating para controlar a fome emocional CLIQUE AQUI

 

Diet, Obesity, and Depression: A Systematic Review Olivia Patsalos

Intentional weight loss and changes in symptoms of depression: a systematic review and meta-analysis A N Fabricatore


Assine nossa newsletter para receber novidades